Peixe-leão, espécie venenosa, aparece em Jeri, Camocim e Aracati

Animal se reproduz com facilidade e avança em unidades de conservação; peixes nativos e camarão são afetados

                                            Foto: reprodução/Instagram 

Chegou ao litoral cearense, quase de modo imperceptível, uma espécie invasora e venenosa como ameaça ao ambiente marinho, pesca e turismo: o peixe-leão. A presença do animal foi confirmada em Camocim, Acaraú, na Praia do Preá e em Jericoacoara desde a última semana. Pesquisadores começam análises para entender o comportamento do bicho.

Os primeiros registros foram feitos por pescadores e informados a pesquisadores cearenses na última sexta-feira (11). Luís Correia e Cajueiro da Praia, no Piauí, também apresentam a espécie invasora. Essa é a primeira vez que o bicho é encontrado no Nordeste.

Com isso, os cientistas temem a facilidade com que o peixe-leão se propaga, a ameaça aos peixes e camarões nativos e o risco dos espinhos venenosos para a população. Em contato com seres humanos, pode causar dor, inflamação, edemas, calor e palidez, por exemplo. 

Até o momento, os animais invasores foram encontrados em lugares rasos, entre um e nove metros de profundidade - diferente do que costuma acontecer em outros lugares e isso causa maior risco de contato. Também foram identificados em ambientes artificiais.

Desde essa confirmação, uma força-tarefa busca entender onde o peixe-leão está instalado. Por isso estão mobilizados pesquisadores das Universidades Federais do Ceará (UFC), de Alagoas (Ufal) e do Rio de Janeiro (UFF).

Também estão mobilizados cientistas do Recife, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Os estudiosos contam com o apoio de pescadores para conseguir realizar o trabalho.

“Vamos precisar fazer uma rede com pescadores, mergulhadores, com Ibama e com ICMBio, porque temos de fazer uma ação para identificar qual o dano, que ainda não é claro. Acho que é muito mais do que a gente pensa”, sinaliza o pesquisador Marcelo Soares.

Amostras dos peixes recolhidas em Camocim já são recebidas no Instituto de Ciências do Mar (Labomar) onde Marcelo atua. Durante a ida ao campo, os cientistas conseguiram encontrar oito peixes em um curto trecho de Jericoacoara, por exemplo.

Diário do Nordeste 
Publicado por Valdero Sampaio

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